quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Sobre o dia das crianças

E hoje é dia das crianças. Parabéns. Acho legal ter uma data para isso, comemorar e tal. Eu mesmo quando era pequeno amava essa data, e ainda amo. Mas é engraçado que conforme o tempo foi passando adquiri uma visão completamente diferente dessa data.

Já pararam para perceber o quanto essa data se tornou comercial? Na verdade acho que sempre foi, mas as coisas hoje são mais gritantes. Muitas vezes o dia das crianças é mero instrumento de vendas, uma forma de aquecer o comércio antes do natal, sendo esse outra data que vem perdendo o seu sentido para alimentar a roda do consumo.

Os valores do dia das crianças estão se perdendo, assim como os do natal também. Valores que a sociedade vem perdendo como um todo. Já foi o tempo que boas ações eram realmente boas, onde quem ajudava nunca queria algo em troca, fosse direta ou indiretamente. Eram valores que eram passados para as crianças como uma forma de serem pessoas de bem, gente honesta e trabalhadora. Mas deturparam o sentido das coisas, e hoje nem as crianças escapam mais dos “males da sociedade”.

Quer um exemplo? Basta olhar o tipo de programas que as crianças de hoje assistem. Basta ter a oportunidade de ouvir uma conversa entre meninos de dez anos. Nessa idade eu ainda brincava de subir em árvores, tinha medo do escuro e achava que sexo era coisa de adulto. Hoje qualquer menino de dez anos é malicioso, fala coisas que não deveriam ser para a sua idade e que nem consegue compreender direito. Acho isso ridículo.

O mundo moderno fez com que as crianças se tornassem adolescentes precoces, sem nem que eles percebessem disso. E como fez isso? Com novelas, modinhas, filminhos... Todos pregavam um estilo totalmente fora da sua realidade, do adequado a essas crianças, que cresceram achando que deveriam ser como aqueles adolescentes dos filmes. Hoje esses mesmos adolescentes não tem uma base sólida para encarar a realidade do mundo. São saudosistas com o que chamam de “velhos tempos”. Tentaram quebrar etapas, e hoje correm o risco de “quebrar a cara”.

Quando era pequeno sempre ouvi de meus pais que devia aproveitar a minha infância, pois seria a “melhor fase de minha vida”. Não que tenha levado essa frase muito a sério, mas posso dizer que soube aproveitar bem a minha infância, sem querer “pular etapas”. Passei de fase por fase na hora certa, quando sabia que deveria passar, que tinha maturidade para passar. A infância é como uma escola, onde devemos aprender as regras do jogo que um dia vamos participar. E por isso é preciso saber avançar no momento certo.

Tive vários problemas na minha infância, mas posso dizer que superei eles, e que eles foram fundamentais na minha formação. Não que hoje eu seja imune aos problemas, ou ainda que eu seja um exemplo de vida, mas cresci muito, e aprendi com os erros. E é isso que deve ser feito.

Mas não é o objetivo desse texto incentivar a morte ao seu “espírito de criança”. Não, este deve ficar bem vivo, pois sem ele a nossa vida não seria muito divertida. O que eu critico aqui é a quantidade de jovens que tem comportamentos ridículos, infantis. Acho que nunca uma geração foi tão infantil e imatura quanto esta. E isso é realmente preocupante.

Só espero que muitos jovens possam mudar de postura antes que “quebrem a cara”, para o bem deles.

Abraço do Leo!

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