quarta-feira, 29 de agosto de 2012

De mal a pior - por Dora Kramer


Esse foi um editorial publicado pelo jornal "O Estado de São Paulo", escrito por Dora Kramer e publicado no dia 18 de junho de 2008. É interessante, senão triste, notar que, mesmo após quatro anos de escrito, este texto ainda tem muito de verdadeiro...


De mal a pior


Algo de grave acontece com a sensibilidade dos espíritos quando políticos são acusados de comandar quadrilhas, a polícia se alia ao bandido e militares trabalham ao soldo de traficantes, mas as pessoas acham que vai tudo muito bem por que pobre compra DVD, a Receita arrecada como nunca, o rico continua rindo à toa e o País sobe ao grau de “bom” para investimento.

Quanto à demolição dos mais comezinhos valores, a destruição de referências e a extinção paulatina da segurança, que ameaça não deixar um só brasileiro vivo para contar a história de tantas maravilhas, tudo isso horroriza, mas não mobiliza.

Há menos de um mês, a Polícia Federal e o Ministério Público disseram que o ex-governador Anthony Garotinho estava no topo do esquema criminoso comandado por um ex-chefe de polícia e atual deputado estadual, e hoje a notícia está esquecida.

Não impressiona ninguém. A começar pelo governador do Estado mais atingido, ocupado em semear charme e simpatia. Para Sérgio Cabral Filho, foi como se não tivesse acontecido, não obstante os acusados convivam com ele no mesmo partido.

Justiça se faça, não está só na indiferença ao indício mais acachapante já surgido sobre a promiscuidade entre o poder público e a bandidagem.

O dar de ombros é generalizado. Deu-se o dito como natural, como se algo daquela dimensão não contasse com cúmplices em toda parte, vários deles eleitos com o dinheiro das propinas coletadas pelos delegados.

Mas não era esse o fundo do poço. Isso fica evidente quando militares se alugam a facções criminosas e, como parte do trabalho, entregam gente para servir de repasto aos traficantes na macabra rotina de torturas e assassinatos já incorporada ao cotidiano dos territórios dominados pelo terror no Rio de Janeiro.

Sim, há terrorismo compartilhado por agentes do Estado na cidade mais visível do País, e nossas autoridades continuam reféns de paliativos. Uns mais fracos, outros mais fortes, mas nenhuma ação ganha o carimbo da urgência urgentíssima conveniente à situação de óbvia ameaça à segurança nacional.

O presidente da República lamenta os episódios, mas no geral só comemora a chegada (dele) ao “paraíso”. Parece achar que olhar o lado podre, e sem votos, dá azar. Ou talvez, na lógica panfletária, considere esse trabalho da oposição. É também, mas ela só pode apontar a problemática. A solucionática é tarefa dos governos, que há anos assistem inertes ao avanço do crime.

Algo os impede de agir. Fazem planos, prometem projetos conjuntos, visitam experiências bem-sucedidas, e nada. Sérgio Cabral mesmo é cheio de gás. Manda a polícia endurecer, de vez em quando exibe como troféus os corpos de meia dúzia de facínoras, fatura apoio da população nas pesquisas e as atrocidades prosseguem.

O auge da repercussão da mais recente alcançou Sérgio Cabral na Alemanha. Enquanto eram enterrados os rapazes arrastados para as mãos dos traficantes do Morro da Mineira por militares que atuavam clandestinamente em prol de um senador da República no Morro da Providência, o governador passeava de triciclo em frente ao portão de Brandenburgo.

Antes de embarcar, o governador disse umas palavras de repulsa, é verdade. Ontem o presidente Lula externou “profunda indignação” com o assassinato dos rapazes.

Nenhum dos dois, no entanto, se sentiu minimamente obrigado a explicar o que faz o Exército no Morro da Providência, dando guarida à execução de um projeto de reforma de casas de autoria do senador Marcelo Crivella, candidato predileto do presidente à prefeitura do Rio.

Muitas vezes o governador Cabral pediu o reforço das Forças Armadas no combate à criminalidade. Antes dele, outros governadores tentaram o mesmo. Os militares sempre se recusaram, sob a alegação de despreparo para ações de polícia e, à boca pequena, confessavam o temor de que soldados e oficiais pudessem vir a ser cooptados pelo crime, como ocorre com os policiais.

A despeito disso, o senador conseguiu assinar um convênio com o Ministério das Cidades que, sabe-se lá como, pôs os militares no morro. Não no combate ao tráfico, mas para ajudar um candidato a prefeito filiado ao partido do vice-presidente, a posar de benfeitor e amealhar votos naquela agradecida comunidade.

Isso é lícito? O governador sabia? Certamente, senão por exigência legal, pela convivência leal com Brasília. Falou a respeito do acontecido? Nem uma palavra.

Cabral não gosta de Crivella, mas, sabe como é, Lula, o grande carreador de verbas para o Rio, gosta e isso basta para fazê-lo ignorar um fato inédito até ser revelado por esse episódio: a participação das Forças Armadas na ciranda do aparelhamento do Estado em prol de afilhados políticos.

Do topo das instituições mais confiáveis na percepção do público, os militares veem de novo seu nome misturado a torturas e assassinatos. Em nome do quê? De uma disputa político-eleitoral. Reles e, sobretudo, vil.

Abraço do Leo!

domingo, 26 de agosto de 2012

O nosso português


Essa foi uma paródia produzida para uma aula de português, no ano de 2008, pela minha grande amiga Milena Gleice, cujo sou também co-produtor.


O nosso português
(Paródia da música “Já sei Namorar” – Tribalistas)


Eu vou te dizer,
Sobre alguns conceitos do nosso belo português,
Difícil não é,
Se você tem vontade de aprender como é que é.

O menor som da palavra se chama fonema,
Nem sempre corresponde ao número de letras,
As letras então,
Em vogais e consoantes divididas sempre são,
A corrente de ar,
Que passa pela boca um fonema vai formar,
Se há CH, SS, RR um fonema só vai soar.

O dígrafo é,
Um fenômeno linguístico, nunca esqueça o que é,
Se livre o ar passa forma-se a vogal,
Mas se forma barreiras é consonantal,
A semi-vogal,
É um fenômeno produzido bem mais fraco que o normal,
Por isso então,
Sempre está acompanhada da vogal, não é ilusão.

Quando há um grupo de fonemas, pronunciados de uma vez só,
É uma sílaba que foi formada,
Para juntar-se a outras numa palavra.

Abraço do Leo!

Lição de gerações


Na fila do supermercado, o caixa diz uma senhora idosa:

- A senhora deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não são amigáveis com o ambiente.

A senhora pediu desculpas e disse:

- Não havia essa onda verde no meu tempo.

O empregado respondeu:

- Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com o nosso ambiente.

- Você está certo - responde a velha senhora - nossa geração não se preocupou adequadamente com o ambiente. Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.

Realmente não nos preocupamos com o ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhávamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro de 300 cavalos de potência a cada vez que precisamos ir a dois quarteirões.

Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o ambiente. Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. Roupas secas: a secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas bamboleantes de 220 volts. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.

Mas é verdade: não havia preocupação com o ambiente, naqueles dias. Naquela época só tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio; que depois será descartado como?

Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia máquinas elétricas, que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usamos jornal amassado para protegê-lo, não plástico bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar. Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina apenas para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam a eletricidade.

Mas você tem razão: não havia naquela época preocupação com o ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos. Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes ao invés de comprar uma outra. Afiávamos as navalhas, ao invés de jogar fora todos os aparelhos 'descartáveis' e poluentes só porque a lâmina ficou sem corte.
Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como um serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.

Então, não é risível que a atual geração fale tanto em "meio ambiente", mas não quer abrir mão de nada e não pensa em viver um pouco como na minha época?

Abraço do Leo!

A química nossa de cada dia


Se pararmos para observar o mundo à nossa volta, iremos nos surpreender com a onipresença da química em nosso dia-a-dia. Desde o pão francês que comemos pela manhã até o creme dental que usamos para escovar os dentes, antes de irmos dormir, ela se encontra presente.

O homem só chegou onde está porque aprendeu a manipular a matéria e suas relações. A química, ciência que estuda as relações entre a matéria, vem sendo explorada pelo homem desde as primeiras gerações. Um exemplo disso é a metalurgia, técnica que se explora e se desenvolve desde a descoberta dos primeiros metais, sendo inclusive um fator de distinção entre períodos da história.

Graças a ela o ser humano pôde melhorar a sua qualidade de vida, dar fim a várias doenças e compreender a formação do universo. É através dos estudos das substâncias que o homem desenvolve remédios e tecnologias revolucionárias e extremamente úteis para a sociedade.

Diante de tantas aplicações possíveis para a química é impossível negar a sua importância para a sociedade. O estudo da química se faz essencial para o progresso, seja na medicina, na biologia ou na indústria. É uma maravilha termos sempre a química nossa de cada dia.

Abraço do Leo!