sábado, 14 de fevereiro de 2015

Dia de faxina*



Estava precisando fazer uma faxina em mim!

Jogar fora alguns pensamentos indesejados fora; lavar alguns tesouros que andavam meio que enferrujados. Então tirei do fundo das gavetas lembranças que não uso e não quero mais!

Joguei fora alguns sonhos, algumas ilusões... Papéis de presente que nunca usei, sorrisos que eu nunca dei; joguei fora a raiva e o rancor das flores murchas que estavam dentro de um livro que nunca li.

Olhei para os meus sorrisos futuros e minhas alegrias pretendidas e as coloquei num cantinho, bem arrumadinhas.

Fiquei sem paciência!

Tirei tudo de dentro do armário e fui jogando no chão: paixões escondidas, desejos reprimidos, palavras horríveis que nunca queria ter dito, mágoas de um amigo, lembranças de um dia triste...

Mas lá também havia outras coisas belas! Fui me encantando e me distraindo, olhando para cada uma daquelas lembranças...

Um passarinho cantando na minha janela, aquela cor de prata, o pôr do Sol...

Sentei no chão, para poder fazer minhas escolhas.

Joguei direto no saco de lixo os restos de um amor que me magoou. Peguei as palavras de raiva e de dor que estavam na prateleira de cima, pois quase não as uso, e também joguei fora no mesmo instante! Outras coisas que ainda me magoam, coloquei num canto para depois ver o que farei com elas; se as esqueço lá mesmo ou se as envio para o lixão.

Aí fui naquele cantinho, naquela gaveta que a gente guarda tudo o que é mais importante: o amor, a alegria, os sorrisos, um dedinho de fé para os momentos que mais precisamos.

Como foi bom relembrar tudo aquilo!

Recolhi com carinho o amor encontrado, dobrei direitinho os desejos, coloquei perfume na esperança, passei um paninho na prateleira das minhas metas, deixei-as à mostra, para não perdê-las de vista.

Coloquei nas prateleiras de baixo, algumas lembranças da infância; na gaveta de cima, as da minha juventude e, pendurado bem na minha frente, coloquei a minha capacidade de amar e, principalmente, de RECOMEÇAR.


*Texto de autoria desconhecida.
 

Abraço do Leo!

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