sexta-feira, 17 de março de 2017

As características do perfil empreendedor segundo as lições de Steve Jobs



Figura polêmica, de caráter duvidoso e personalidade forte, Steve Jobs foi sem dúvidas um dos maiores empreendedores do final do século XX. Mesmo sem ter concluído qualquer curso superior, soube como poucos enxergar, criar e aproveitar as oportunidades que teve ao longo da vida.

Em uma palestra dada em 2005 na colação de grau de um grupo de formandos da renomada universidade de Standford, Jobs ensina aos jovens três lições que aprendeu ao longo da vida, com passagens pessoais suas. Delas, é possível refletir um pouco sobre o perfil do empreendedor.

A primeira lição trata justamente da capacidade de reconhecer e aproveitar as oportunidades. Mesmo que aparentemente desconexas, o empreendedor sabe associar os conhecimentos que adquiriu ao longo da vida, assim como reconhecer as oportunidades de negócios criadas ao se conhecer e relacionar com diversas pessoas das mais amplas áreas de conhecimento. O empreendedor nato é ilimitado, e se utiliza das suas potencialidades para gerar o novo, a partir dos recursos que lhes são oferecidos pelo meio em que se encontra.

A segunda lição trata da capacidade de se reerguer dos escombros, de não ter medo de começar de novo, e do zero se for preciso. O empreendedor não teme o recomeço, ou se teme ele sabe enfrentá-lo com coragem e dignidade. Muitas vezes recomeçar lhe permite desenvolver novas potencialidades e enxergar as coisas sob uma nova ótica, talvez até mais ajustada com a realidade em que se encontra.

Por fim a terceira lição nos ensina a focar naquilo que é mais importante. Temer a morte nos faz lembrar sobre o que realmente é importante em nossas vidas e o que desejamos para a nossa história, como legado e como experiências. Se só temos o agora uma vez que o amanhã é incerto e desconhecido, precisamos ter a consciência de que todo dia é dia de realizar, de fazer acontecer algo em nossas vidas. Perder tempo é antes de tudo desperdiçar nossas preciosas vidas em algo que não nos trará felicidade e nem nos edificará como seres humanos plenos. Ser empreendedor é reconhecer que todo dia é dia de dar início e continuar o sonho pessoal de cada um.

E por fim, Steve Jobs conclui com a frase "mantenham-se tolos, mantenham-se famintos", onde relembra a importância de reconhecer que nunca se sabe tanto quanto acreditamos, e somente aquele que reconhece sua ignorância aliado à sua fome de conhecimento, é capaz de buscar mais e mais, e empreender e criar novos conhecimentos e recursos úteis para ele e para a sociedade.



Abraço do Leo!

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Chatear e encher



Um amigo me ensina a diferença entre chatear e encher. Chatear é assim: Você telefona para um escritório qualquer da cidade.

- Alô! Quer me chamar por favor o Valdemar?
- Aqui não tem nenhum Valdemar.

Daí a alguns minutos você liga de novo:

- O Valdemar, por obséquio.
- Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar.
- Mas não é do número tal?
- É, mas aqui nunca teve nenhum Valdemar.

Mais cinco minutos e você liga para o mesmo número:

- Por favor, o Valdemar chegou?
- Vê se te manca, palhaço! Já lhe disse que o diabo desse Valdemar nunca trabalhou aqui?!
- Mas ele mesmo me disse que trabalhava aí!
- Não chateia!

Daí a dez minutos, liga de novo.

- Escute uma coisa! O Valdemar não deixou pelo menos um recado?

O outro desta vez esquece a presença da datilógrafa e diz coisas impublicáveis. Até aqui é chatear. Para encher espere passar mais dez minutos, e faça uma nova ligação:

- Alô! Quem fala? Quem fala aqui é o Valdemar! Alguém telefonou para mim?

CAMPOS, Paulo Mendes. Para gostar de ler. São Paulo: Ática, v.2, p. 35.


Abraço do Leo!

Namoro



O melhor do namoro, claro, é o ridículo. Vocês dois no telefone:

- Desliga você
- Não, desliga você
- Você
- Você
- Então vamos desligar juntos.
- Tá. Conta até três
- Um... Dois... Dois e meio...

Ridículo agora, porque na hora não era não. Na hora nem os apelidos secretos que vocês tinham um para o outro, lembra? Eram ridículos. Ronron. Suzuca. Alcizanzão. Surusuzuca. Gongonha (Gongonha!). Mamosa. Purupupuca...

Não havia coisa elhor do que passar tardes inteiras num sofá. Olho no olho, dizendo:

- As dondozeira ama os dondozeiro?
- Ama.
- Mas os dondozeiro ama as dondozeira mais d que as dondozeira ama os dondozeiro.
- na-na-não. As dondozeira ama os dondozeiro mais do que, etc.

E, entremeando o diálogo, longos beijos, profundos beijos, beijos mais do que de línguas. Beijos de amígdalas. Beijos catetéricos. Tardes inteiras. Confesse: ridículo só porque nunca mais.

Depois do ridículo, o melhor do namoro são as brigas. Quem diz que nunca, como quem não quer nada, arquitetou um encontro casual com a ex ou o ex só para ver se ela ou ele está com alguém. Ou para fingir que não vê. Ou para ignorar. Ou para dar um abano amistoso querendo dizer que ela ou ele agora significa tão pouco que podem até ser amigos, está mentindo. Ah, está mentindo.

E melhor do que as brigas são as reconciliações. Beijos ainda mais profundos, apelidos ainda mais lastimáveis, vistos de longe. A gente brigava mesmo era para se reconciliar depois, lembra? Oito entre dez namorados transam pela primeira vez fazendo as pazes. Não estou inventando. O IBGE tem as estatísticas.

VERÍSSIMO, Luís Fernando. Correio Brasiliense. 13/06/1999.


Abraço do Leo!